Do índio massacrado ao branco colonizador, do negro escravizado ao senhor de engenho, do povo massacrado ao governo opressor, do jovem favelado ao milionário bancário, do povo do mar aos que vivem no cerrado, do interior a capital, de norte a sul, de baixo pra cima, de qualquer povo, não importado o lado, a Cultura é presente.
O povo brasileiro é fruto de uma miscigenação maravilhosa, onde todos os povos se encontraram e criaram uma cultura de características únicas, com uma grande persistência de que ao mesmo tempo em que formavam-se novas manifestações, as formas mais tradicionais que vieram com os que aqui chegavam, mantiveram-se intactas. A Cultura brotou em todas as esferas do povo brasileiro.
A cultura apresentou-se também durante a história como um forte elo entre o povo e o rompimento de preceitos, como os índios, os negros nas senzalas e quilombos, a juventude no centro popular de cultura da UNE, o maracatu no Recife, o Samba no Rio de Janeiro, e tantas outras que em comum trazem muito, mas todas com um significado muito forte, a RESISTÊNCIA pela cultura manifestada.
Vivemos hoje sobre uma influência muito forte de uma cultura enlatada que cada vez mais procura um espaço para esmagar o semblante da cultura nacional, vendendo-se na ideia de uma nova cultura mais “evoluída”. É nesse contexto que o Coletivo Cultura é Resistência procura encaixar a sua ação revolucionaria, buscando na raiz do povo brasileiro e das manifestações artísticas um ponto único, mixando as faixas do rap das periferias com o teatro de arena, o cinema aos textos maravilhosos de Ariano Suassuna, a batida forte do maracatu aos sapateios agudos da catira, o rock com cavaquinho, a cultura sem limites, a cultura imprevisível, a cultura transformadora.
Um desafio possível e alcançável, um desafio lançado, uma nova onda nasce no interior de São Paulo.
